Muita gente gosta de acompanhar a moda (os modismos), sem a preocupação em saber se será melhor ou pior. Mudar por mudar, sem que isso represente progresso em qualquer campo da cultura humana, é insanidade pura.
A gente muda, quando percebe que novos rumos são necessários para melhorar nossa vida-familiar, profissional, social – sem o que torna-se inútil a mudança, trazendo até atrasos na vida.
Por isso, quando vejo o leonismo pregar mudanças “para seguir os novos tempos”, sem esclarecer quais poderiam ser, receio estar lendo alguma receita daquelas que trocam seis por meia dúzia.
Falar em “novos tempos” é muito vago. Os velhos tempos, ontem, eram novos tempos. Novos tempos, hoje, serão velhos tempos amanhã.
Nós temos é que ter consciência das necessidades da nossa área de ação, saber de suas carências, da impossibilidade dos governos (todos eles) em resolvê-las e pôr a mão na massa para atuarmos como força suplementar, minorando as dificuldades de entidades locais de todos os tipos, ajudando-as a resolver os problemas que são muitos hoje, como foram ontem e como, com certeza, sê-lo-ão amanhã.
Como voluntários, formamos um exército de paz, à procura dos que mais precisam do nosso auxílio, não nos importando qual o partido político dos atuais governantes, pois a saúde, a fome, a segurança, o teto, a educação, não têm cor político-partidária, são necessidades de muitos – de ontem, de hoje, como de amanhã.
Recomendamos, portanto, cuidado aos nossos companheiros, de todos os escalões, para que reflitam se realmente estamos precisando de uma reciclagem.
Se entenderem que o seu trabalho não tem mais sentido, adotem as mudanças necessárias. Isto, após discutirem e descobrirem quais serão essas mudanças.
Se, ao contrário, considerarem apropriado o papel do seu clube na comunidade, onde é bem referido pela sua eficiente atuação social e humanitária, vão mudar o que?
Nosso problema maior, atualmente, é a vida complexa que levamos. Não nos sobra tempo porque tudo é mais difícil e isso impede muitas vezes nossa presença às reuniões e nas campanhas.
Já se disse que “tempo é questão de preferência”. Eu também acho. Quem gosta mesmo do leonismo, quem aqui chegou e se empolgou, quem teve um padrinho ativo e exemplar, esse, certamente, vai continuar presente, tenha os problemas que tiver. Mas os que vieram para o movimento leonístico forçados, por obrigação ou não por vontade própria, vão achar sempre uma desculpa para a sua ausência.
Portanto, companheiros: antes de pregarem mudanças ou quando ouvirem alguém falar no assunto, procurem pesar prós e contras. Quem sabe não concluirão que o que precisa ser mudado somos nós?
Não desprezemos as glorias do passado, pois elas são a garantia do nosso crédito na comunidade, graças às conquistas que lhe oferecemos em serviços relevantes; no nosso caso especificamente, trinta anos de vacinação anti-rábica, campanha contra a catarata senil (147 cirurgias, 400 óculos distribuídos, mais de 2000 pessoas examinadas), mutirões de saúde (pressão arterial, exame de diabetes, acuidade visual), aparelho para a UTI da Santa Casa Anna Cintra (arco cirúrgico), desfiles de modas, chás beneficentes, jantares típicos, passeios ciclísticos, feira do verde, festa do milho e tantos outros que até hoje são lembrados e ajudam as entidades locais a se safarem de dificuldades momentâneas.
O que dizer do Banco de Aparelhos Ortopédicos e do Banco de Óculos, que há tantos anos prestam inestimáveis serviços à população? E a Toca do Leão, os festivais de Queijos e Vinhos, de Frango e Chope? Quem não se lembra das homenagens às profissões (médicos,advogados, jornalistas, contadores, professores, comerciantes,empresários, autoridades, vultos amparenses – dia dos pais, dia das mães,etc.)?
( Obs.: No caso do Lions Clube de Brodowski podemos citar a construção do Velório Municipal (quando o clube tinha apenas 2 anos de fundação) o Centro Social Lions Clube), as dezenas de campanhas de Doação de Sangue, a participação em todas as Semanas de Portinari e Aniversário da cidade (desde 1.977); participação na Piazza de la nonna; doações de cadeiras de rodas, medicamentos, etc., o Projeto Gestante, em parceria com a Promoção Social; as distritais sediadas e tantas outras atividades )
Muita coisa poderia acrescentar a este comentário. Entretanto, não é preciso mais.
Não nos sentemos sobre os louros alcançados. Já demos ao leonismo brasileiro um Governador de Distrito, vice-governadores, presidentes divisionais, assessores, todos companheiros de escol, que tão bem representaram nosso clube e ainda hoje são motivo de orgulho.
Mudar, só sae for para melhor. E para sê-lo, convençam-nos. É melhor matar a fome com um honesto feijão-com-arroz do que sonharmos com extravagâncias que poderão fazer-nos mal.
Mudar, sim... para melhor!
CL Edmur Jorge
Lions Clube de Amparo – SP
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